Dois projetos de prevenção ao trabalho escravo rural estão sendo desenvolvidos em Confresa este ano. Eles estão entre os onze projetos apoiados pelo programa de educação para prevenção a conscientização sobre trabalho escravo “Escravo nem pensar!”, coordenado pela ONG Repórter Brasil. Os projetos estão espalhados por cidades de seis Estados do País: Mato Grosso, Piauí, Pará, Tocantins, Maranhão e Bahia.
Essas iniciativas recebem recursos financeiros e apoio técnico para colocarem em prática, ao longo do ano, ações que mobilizam alunos e comunidades e ampliam o conhecimento sobre a exploração de trabalho escravo no campo e outros temas relacionados, como trabalho infantil e desmatamento. A ONG Repórter Brasil já apoiou 50 projetos e essas ações tem sido fundamentais para fortalecer a rede de luta contra o trabalho escravo nos municípios
Em Confresa, os projetos estão sendo desenvolvidos por professores e alunos do Centro de Jovens e Adultos (CEJA) Creuslhi de Sousa Ramos e da Escola Municipal Valdemiro Nunes de Araujo. Desde Abril, professores e alunos tem realizado oficinas temáticas, pesquisas de campo, exibição de filmes e apresentações culturais com o intuito de difundir informações a respeito do trabalho escravo e formas de combater esse problema.
No dia 18 de setembro, o projeto “Erradicação do Trabalho Escravo Contemporâneo” do CEJA Creuslhi de Sousa Ramos realizou uma noite cultural preparada pelos professores e estudantes, onde aconteceram apresentações culturais, exibição de cartazes após terem participado de oficinas e realizarem pesquisas sobre as condições de trabalho no município. A apresentação foi aberta a toda a comunidade.
No dia 20 de Setembro, na Escola Municipal Vereador Valdemiro Nunes de Araújo, aconteceu a apresentação do projeto “ As Consequências do Desemprego para o Trabalho Escravo”. Os alunos do ensino fundamental fizeram apresentações culturais enfocando o trabalho infantil. Alguns trabalhadores rurais que já foram escravizados também deram seus depoimentos a comunidade.
O “Escravo nem Pensar!” nasceu em resposta às demandas do Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (PNETE), lançado em março de 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa é considerado pelo governo federal e pelas entidades da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) como o primeiro grande projeto nacional de prevenção à escravidão, implantado de forma sistemática no país. Por isso, no segundo PNETE, de 2008, o programa foi incluído nominalmente no documento. Também foi inserido em alguns planos estaduais, como os de Pará, Maranhão, Tocantins e mato Grosso.